segunda-feira, 21 de abril de 2014

Luciano do Vale. Um locutor!!!

Não se comparem a Luciano do Vale. Ele era único 
Os sociólogos dizem que existem vários Brasis dentro do Brasil. Pelo tamanho territorial, diferenças sociais, distribuição de renda, acesso às Universidades e por aí vai. Neste 19 de abril de 2014, todos os Brasis se encontraram e choraram a morte de um homem  que conseguiu igualar algo inimaginável: Colocar no mesmo nível pobres, ricos, brancos, negros, índios, analfabetos e os donos do saber. A Emoção. Ela não escolhe em qual ser humano ela vai explodir. Simplesmente ela entra e toma conta de cada um de nós.

Como lamentar a morte de alguém que nem sequer conhecemos? Nunca apertamos a sua mão? Não recebemos um recado pelo telefone? Jamais dividiu conosco a mesa de bar? Por que nós brasileiros não gostamos de Futebol, Automobilismo, Vôlei, Basquete ou Tênis. Gostamos de Ganhar!! E todas as nossas vitórias no esporte foram embalados pela voz de Luciano do Vale. É neste momento que todos os brasileiros são iguais. Na arte de torcer com a emoção. Isso ele era mestre. E nos ensinou.

Sinto-me um grão de areia na imensidão da terra ao lembrar-me que também sou locutor esportivo. Não me atrevo sequer a dizer que aprendi com ele, ao ouvir suas narrações nas tardes de domingo. Recuso-me a ouvir de alguém que trabalha com a voz dizer que o imita e que seu timbre de voz parece ao de Luciano do Vale. Não, não há nada parecido a Luciano do Vale. E também não haverá.

Ele transformou jogadoras comuns de basquete em Mágicas e Rainhas,  campeãs no coração de todos os brasileiros.Uniu o vôlei de Brasil e Russia e balançou as estruturas de um gigante chamado Maracanã. Fez de um pedreiro humilde a referência em um esporte que o Brasil havia se esquecido e o transformou em um pugilista de sucesso. Sim!! O Brasil voltou a gostar de Boxe com Luciano do Vale. Mudou a tela da televisão brasileira ao criar o Canal do Esperte na Rede Bandeirantes e trouxe para dentro de nossas casa os campeonatos europeus. Tenho certeza de uma coisa: Luciano do Vale não sabia de sua importância para o Brasil. Quantas pessoas gostavam dele? Quantas o reverenciavam? Isso ele não sabia.

Tenho dito sempre que tenho orgulho da minha profissão de Jornalista Esportivo. Neste ponto eu posso dizer que pareço ao Luciano do Vale. Tenho orgulho do meu diploma em Jornalismo conseguido em quatro longos anos de Universidade. Igual a Luciano do Vale.

Respeitosamente quero dizer: Vá com Deus meu ídolo. Um dia estaremos juntos, aí então vou poder apertar suas mãos e dizer: Sou seu fã.

domingo, 13 de abril de 2014

Campo Grande se rende ao Cene: Furacão veio prá ficar

Tempo chuvoso, temperatura em declínio, gramado pesado, torcedor chegando vagarosamente meio desconfiado, tímido. Torcida adversária em maior número, mais barulhenta. Pela primeira vez Campo Grande seria “invadida” pela massa de um time visitante. Seria? Quase! De repente a fúria amarela tomou conta do Morenão e empurrou os torcedores do Águia Negra para escanteio e tomou conta do pedaço. Assim aconteceu nos primeiros minutos da decisão. Temperatura em declínio? Que nada.

                O Cene começou avassalador e não deu tempo do Águia respirar. Dentro do campo estava em altíssima pressão a temperatura do motor cenista. Em uma clara demonstração de que era preciso respeitar o Furacão. Seria um jogo diferente daquele da semana passado, onde o Rubro Negro de Rio Brilhante foi protagonista do espetáculo. Aqui não neném!! O adversário sentiu a ameaça e tornou-se um time acuado, longe de ser aquela Águia de bicos longos e garras afiadas que aterrorizou os adversários em etapas anteriores do campeonato. 
                 As dimensões do gramado do Morenão foram preponderantes para a superioridade do Cene. Com lances precisos e tranquilidade na construção das jogadas, os comandados de Claudio Roberto envolveram rapidamente o adversário e poderia ter aberto três gols de vantagem na primeira etapa. Como só precisava de um, foi o que fez. Maycon zagueirão que parece os Bonecos de Olinda no carnaval pernambucano de tão desengonçado que é, acertou uma cabeçada certeira para abrir o placar. Predestinado ampliou: Maycon 2 x 0 Águia Negra. Cene Bicampeão estadual. 
               O que significa o título para Campo Grande? Muito. Mas não podemos jogar a sujeira para debaixo do tapete. Comemorar e se enganar que está tudo bem. O futebol da capital precisa passar por uma profunda reflexão, aprender com os erros, olhar para o futuro de uma forma mais real, sair da esfera da periferia do futebol nacional e buscar subir de divisão. Olhar sem baixar a cabeça de forma submissa os cartolas que comandam o futebol brasileiro e acima de tudo: ter orgulho de ser sul-mato-grossense.
            O Cene deu exemplos que servem para os demais clubes da capital. Alegria, música, meninas dançando para alegrar quem está na arquibancada, ingresso a preço popular, respeito ao torcedor. E o principal: pagou os salários de quem trabalhou. Simples assim. Parabéns Cene. Diretoria, Comissão Técnica, Jogadores, Funcionários Administrativos. São homens e mulheres iguais a vocês que me fazem ter muito orgulho da minha profissão. Grande abraço.

segunda-feira, 7 de abril de 2014

Águia Negra quebra sequencia de bons resultados do Cene e se aproxima do título

Sol, calor, gente bonita, gente feia e... festa. Muita festa. Afinal o Águia Negra quebrou a sequencia de vitórias do técnico do Cene Claudio Roberto e colocou água no chopp do furacão amarelo. No jogo sobrou vontade e faltou jogadas trabalhadas, de habilidades que os dois times tinham condições de apresentar. No primeiro tempo do jogo Felipe – por sinal ótimo goleiro – do Águia, apenas assistiu a partida. Não fez sequer uma defesa.
                Edmilson não acertou uma cobrança de falta e os outros atacantes também erraram a pontaria. No Águia não foi diferente. André Moretto trabalhou pouco em virtude do sistema de jogo dos donos da casa. O gol dos anfitriões aconteceu em uma sucessão de erros do setor defensivo da equipe Cenista. Era tudo que esperava o técnico Chiquinho Lima. Fazer um gol e não tomar nenhum. Fez mais que isso. Abriu dois gols de diferença e poderia ter feito mais e praticamente definir o campeonato em casa. No futebol a velha máxima de quem não faz toma, aconteceu.
                  O Rubro-Negro não resistiu a pressão do Cene e tomou um gol que deixa aberta a disputa pelo título. A impressão que fica é que falta ao Águia Negra uma melhor definição tática. Um time que não toma gols, mas também não faz. Mesmo precisando vencer a partida foi um time muito forte na marcação do meio campo para trás. O primeiro gol foi mais falha do goleiro André Moretto que não saiu para afastar a bola e deixou que a defesa afastasse parcialmente e a bola acabou nos pés do zagueiro Thiago Moura para abrir o placar.
                   O segundo gol, mais uma vez o sistema defensivo do Cene cochilou e permitiu um contra ataque em que Maicon foi obrigado a fazer pênalti. É claro que no futebol os gols saem na falha de um, para a felicidade do outro. Isso natural. Confesso que não vi no Águia, algo que pudesse me encher os olhos. Um time previsível, comum. Mas, que fez o que o futebol manda: Bola na rede. O Cene pela primeira vez sob o comando de Cláudio Roberto enfrentou um equipe que sabe se defender como ninguém neste campeonato.
                    E não conseguiu sair da forte marcação imposta pelo adversário. O setor defensivo liderado por Edmilson e Maicon desta vez não conseguiu jogar com a mesma qualidade de outras oportunidades e falhou em muitos lances. Nos dois gols inclusive, falhas infantis. Um time experiente como o Cene não pode tomar bolas nas costas quando tem a partida a seu favor.  O Furacão deixa a impressão que também é um time previsível e que ainda depende muito das cobranças de falta do capitão Edmilson.  

                    É muito pouco. Teves, Guilherme e Andrezinho ficaram devendo e muito. Mas....quando a coisa tá feia, chama o Baiano. Cobrança de falta perfeita. Caixa, Caixa, Caixa. O gol coloca o Cene novamente como favorito ao título. Basta uma vitória simples. Só. Claro que não. Sem cometer os erros de hoje.