domingo, 13 de abril de 2014

Campo Grande se rende ao Cene: Furacão veio prá ficar

Tempo chuvoso, temperatura em declínio, gramado pesado, torcedor chegando vagarosamente meio desconfiado, tímido. Torcida adversária em maior número, mais barulhenta. Pela primeira vez Campo Grande seria “invadida” pela massa de um time visitante. Seria? Quase! De repente a fúria amarela tomou conta do Morenão e empurrou os torcedores do Águia Negra para escanteio e tomou conta do pedaço. Assim aconteceu nos primeiros minutos da decisão. Temperatura em declínio? Que nada.

                O Cene começou avassalador e não deu tempo do Águia respirar. Dentro do campo estava em altíssima pressão a temperatura do motor cenista. Em uma clara demonstração de que era preciso respeitar o Furacão. Seria um jogo diferente daquele da semana passado, onde o Rubro Negro de Rio Brilhante foi protagonista do espetáculo. Aqui não neném!! O adversário sentiu a ameaça e tornou-se um time acuado, longe de ser aquela Águia de bicos longos e garras afiadas que aterrorizou os adversários em etapas anteriores do campeonato. 
                 As dimensões do gramado do Morenão foram preponderantes para a superioridade do Cene. Com lances precisos e tranquilidade na construção das jogadas, os comandados de Claudio Roberto envolveram rapidamente o adversário e poderia ter aberto três gols de vantagem na primeira etapa. Como só precisava de um, foi o que fez. Maycon zagueirão que parece os Bonecos de Olinda no carnaval pernambucano de tão desengonçado que é, acertou uma cabeçada certeira para abrir o placar. Predestinado ampliou: Maycon 2 x 0 Águia Negra. Cene Bicampeão estadual. 
               O que significa o título para Campo Grande? Muito. Mas não podemos jogar a sujeira para debaixo do tapete. Comemorar e se enganar que está tudo bem. O futebol da capital precisa passar por uma profunda reflexão, aprender com os erros, olhar para o futuro de uma forma mais real, sair da esfera da periferia do futebol nacional e buscar subir de divisão. Olhar sem baixar a cabeça de forma submissa os cartolas que comandam o futebol brasileiro e acima de tudo: ter orgulho de ser sul-mato-grossense.
            O Cene deu exemplos que servem para os demais clubes da capital. Alegria, música, meninas dançando para alegrar quem está na arquibancada, ingresso a preço popular, respeito ao torcedor. E o principal: pagou os salários de quem trabalhou. Simples assim. Parabéns Cene. Diretoria, Comissão Técnica, Jogadores, Funcionários Administrativos. São homens e mulheres iguais a vocês que me fazem ter muito orgulho da minha profissão. Grande abraço.

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