quinta-feira, 1 de maio de 2014

Eleição na Federação de Futebol de MS. Dèjá vu ?

Uma sensação que se dá por conta que uma memória ou uma simples lembrança de algo que aconteceu rapidamente, fique armazenada em sua  memória de longo prazo, sem passar pela memória imediata, ou seja, você guardou uma lembrança, de algo que você não presenciou, ao presenciar novamente você tem a estranha sensação de já ter presenciado aquela fato. Isto é Dèjá vu.

Acompanhei de perto os preparativos para a eleição do Presidente Francisco Cezário para mais um mandato a frente da Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul. O que o torcedor, a imprensa, o poder público, a classe empresarial podem esperara de Cezário e seus novos vice- presidentes? Nada?? Ou tudo? Difícil definir o futuro.Sou um profissional que trabalha no futebol desde 1990.
Vi o presidente Ari Rodrigues no auge de sua forma física comandar o futebol de uma forma ditatorial, mas também acompanhei a indecisão de seu vice Renato Gomes em não assumir os destinos da Federação, mesmo quando a doença avassaladora, causado por um acidente vascular cerebral debilitava o outrora forte e vigoroso Ari Rodrigues.

O futebol local mergulhou em um profundo abismo nas mãos de Arizinho Rodrigues e Carlão(morto recentemente em um acidente de transito) filhos do então presidente. Francisco Cezário estava na iniciativa privada, na empresa Minuto da Sorte, e chegaria somente em  1998 ao comando da Federação a  convite dos dirigentes que não queriam os herdeiros de Ari Rodrigues a frente da entidade. Cezário trazia no currículo a vice-presidência de Alfredo Zanlutti Junior e uma mandato de três anos de 1987 a 1990.

Naquela ocasião o estatuto da Federação já dificultava a inscrição de chapas de oposição. O radialista Arthur Mário bem que tentou, mas não conseguiu inscrever sua chapa para concorrer com o então novato Francisco Cezário de Oliveira. Esta foi a primeira e única vez em que a oposição tentou inscrever uma chapa. Desde então, o presidente Cezário navega em águas tranquilas no oceano do nosso futebol. Voltamos a pergunta do início.O que esperar para o futuro? Tudo!! Esta é a resposta.Tudo que não foi feito até agora, é preciso fazer nos próximos quatro anos.

Ninguém duvida da generosidade do presidente, do gigantesco coração que tem, do esforço que faz todo o ano para que se comece e termine bem o campeonato estadual. A parceria com a TV Morena, os laudos dos estádios, adequações às novas leis do futebol mostram que houve avanços. Mas é preciso que se faça mais nos próximos quatro anos. Qual será o legado deixado pelo presidente Cezário após 20 anos a frente do nosso futebol, quando terminar seu mandato em 2019? Em qual divisão estará o nosso futebol? Primeira, Segunda, Terceira, Quarta ou Quinta que será criada futuramente? Os clubes terão direitos de imagens pagos pela TV? Ou estarão reféns de um sistema de mão única? A Federação estará mais forte a ponto de contratar bons jogadores e colocar nos principais clubes da Capital a exemplo do que fazem em Goiás, São Paulo e pasmem!!! O vizinho Mato Grosso?

Lembro-me que me chamavam de Casagrande no início da minha carreira, não pelo futebol ou o saldo bancário do ex-craque do Timão e hoje comentarista da TV Globo, mas pela imensa cabeleira que tinha orgulho de preservar. Os cabelos foram embora. O sonho virou pesadelo. A Esperança.... Ah! A Esperança. Esta continua firme. Inabalável. É isto que tenho passado para os jovens que estão começando. Acreditem, sonhem e contribuam com o futebol. Tenho confiança e esperança presidente Cezário que o senhor deixará um legado que vai orgulhar o povo sul-mato-grossense e que ninguém jamais esquecerá.

E que eu não ouça nunca mais a frase de uma promessa do rádio esportivo de Campo Grande Thiago Lopes de Faria: Quando eu estiver na sua idade Caixa, eu não quero vender propaganda na rua. Quero ter salário e dignidade para cuidar da minha família. Que seja assim. Que meus netos vejam o Cene, Comercial e Operário jogando com os grandes clubes brasileiros com o Morenão lotado. Eu.... Talvez não esteja mais por aqui.

2 comentários:

  1. Uma breve aula de história do nosso futebol (bem contada), recheada com um sonho bom para o futebol misturada com uma tristeza em relação ao nosso presente. As vezes me pergunto: por que sonhamos e insistimos em navegarmos em águas tão contrárias?. Parabéns Caixa, a reflexão é pontual e o texto é dez!

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    1. Abraço Professor Altemir Dalpiaz. O futebol precisa de homens iguais a você. Sábio, culto e extremamente capaz.

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